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Diabetes e Tratamentos no Hospital: Entenda os Cuidados Essenciais

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A diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns no mundo, afetando milhões de pessoas de todas as idades. Quando não é bem controlada, pode levar a complicações graves que exigem tratamentos hospitalares imediatos.

Neste artigo, você vai entender como funcionam os tratamentos da diabetes em ambiente hospitalar, quando a internação hospitalar por diabetes é necessária, quais são os cuidados médicos aplicados e como prevenir esse agravamento.


O que é diabetes?

A diabetes mellitus é uma condição em que o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue utilizá-la adequadamente. A insulina é o hormônio responsável por controlar os níveis de glicose (açúcar) no sangue. Quando esse controle falha, ocorre um acúmulo de glicose na corrente sanguínea, o que pode causar diversos problemas ao organismo.

Existem três tipos principais de diabetes:

  • Diabetes tipo 1: O sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina. Geralmente diagnosticada na infância ou adolescência.

  • Diabetes tipo 2: O organismo desenvolve resistência à insulina ou não a utiliza corretamente. É o tipo mais comum e pode estar relacionado ao estilo de vida.

  • Diabetes gestacional: Aparece durante a gravidez e geralmente desaparece após o parto, mas exige cuidados médicos especiais.


Quando a diabetes exige internação hospitalar?

Nem todos os casos de diabetes exigem hospitalização. A maioria dos pacientes consegue controlar a doença com dieta, exercícios, medicação oral ou aplicação de insulina. No entanto, alguns casos podem se agravar, exigindo tratamento hospitalar urgente.

Situações que levam à internação por diabetes:

  1. Cetoacidose diabética (CAD)
    Uma complicação grave do diabetes tipo 1, causada pela falta de insulina. O corpo começa a usar gordura como fonte de energia, gerando ácidos chamados cetonas. Quando esses ácidos se acumulam no sangue, causam sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal, respiração ofegante e até coma.

  2. Síndrome hiperglicêmica hiperosmolar (SHH)
    Mais comum em pacientes com diabetes tipo 2. A glicose no sangue atinge níveis extremamente altos, provocando desidratação severa, confusão mental e, em alguns casos, coma.

  3. Infecções graves
    Pacientes com diabetes têm maior risco de infecções, como pneumonia, infecção urinária e feridas que não cicatrizam. Algumas podem evoluir para quadros sérios e requerer hospitalização.

  4. Hipoglicemia severa
    Quando o nível de açúcar no sangue cai drasticamente, o paciente pode desmaiar, ter convulsões ou sofrer danos cerebrais se não for socorrido rapidamente.

  5. Descompensações crônicas
    Quando o paciente não consegue manter a glicemia controlada por longos períodos, pode desenvolver complicações cardiovasculares, renais, neurológicas e oculares, exigindo suporte hospitalar.


Tratamentos para diabetes no hospital

O objetivo do tratamento hospitalar da diabetes é estabilizar o paciente, tratar possíveis complicações e ajustar a medicação para garantir que ele possa voltar ao controle da glicemia fora do hospital.

1. Monitoramento intensivo da glicemia

No ambiente hospitalar, o nível de açúcar no sangue é monitorado constantemente, geralmente a cada 1 ou 2 horas. Esse acompanhamento é fundamental para orientar as decisões médicas, como a dosagem de insulina ou a administração de soro com glicose.

2. Administração de insulina intravenosa

Em casos de cetoacidose diabética ou síndrome hiperosmolar, a insulina é administrada por via intravenosa (na veia) para agir de forma mais rápida e eficiente. O tratamento é feito com o paciente em jejum e sob monitoramento constante.

3. Reidratação com soro

A desidratação é uma complicação comum em pacientes com crises hiperglicêmicas. O tratamento hospitalar inclui a reposição de líquidos por via intravenosa com soro fisiológico, para restaurar o equilíbrio eletrolítico e melhorar o funcionamento dos órgãos.

4. Correção de eletrólitos

Distúrbios nos níveis de potássio, sódio e outros eletrólitos podem ocorrer durante crises diabéticas. A equipe médica acompanha e corrige esses desequilíbrios conforme necessário.

5. Controle de infecções

Quando a internação é causada por infecções, o tratamento hospitalar inclui o uso de antibióticos adequados, além do controle da glicemia, que pode piorar em função do quadro infeccioso.

6. Cuidados com feridas diabéticas

Pacientes com feridas ou úlceras diabéticas recebem tratamento especializado para evitar infecções e amputações. Isso pode incluir limpeza local, antibióticos, curativos específicos e acompanhamento com cirurgião vascular.


Equipe multidisciplinar no tratamento hospitalar

O tratamento da diabetes no hospital não é feito apenas pelo endocrinologista. É comum o envolvimento de uma equipe multidisciplinar, que pode incluir:

  • Médico clínico geral ou intensivista

  • Endocrinologista

  • Nutricionista

  • Enfermeiro especializado em diabetes

  • Fisioterapeuta, quando há risco de perda de mobilidade

  • Psicólogo, para ajudar no enfrentamento emocional da doença

Esse trabalho em conjunto garante uma abordagem integral, que considera não apenas os aspectos físicos, mas também os fatores emocionais e comportamentais envolvidos no controle da diabetes.

Hospitais como o Hapvida Recife oferecem estrutura completa e equipe especializada para lidar com casos de diabetes que exigem internação, garantindo um cuidado humanizado e focado na recuperação do paciente.


Tempo de internação hospitalar por diabetes

O tempo de permanência no hospital varia de acordo com a gravidade do quadro. Em casos leves a moderados, o paciente pode receber alta em 2 a 5 dias. Já em situações mais graves, como cetoacidose ou infecção generalizada, a internação pode durar mais de uma semana.

O retorno para casa só é autorizado quando o paciente estiver estabilizado, com a glicemia sob controle e com orientações claras sobre o uso da medicação e os cuidados que devem ser mantidos no dia a dia.


Como evitar a internação por diabetes?

A melhor forma de evitar complicações graves e hospitalização é manter a diabetes bem controlada. Algumas dicas essenciais:

  • Siga corretamente a prescrição médica: Nunca altere a dose da insulina ou dos medicamentos por conta própria.

  • Monitore a glicemia regularmente: Use o glicosímetro para acompanhar seus níveis de açúcar.

  • Tenha uma alimentação balanceada: Rica em fibras, com pouco açúcar e carboidratos simples.

  • Pratique atividade física: Caminhadas, natação ou exercícios leves ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina.

  • Evite o estresse excessivo: O estresse pode elevar a glicemia.

  • Faça exames regulares: Controle a saúde dos rins, olhos, coração e pés.

  • Fique atento a sinais de alerta: Cansaço extremo, tontura, sede excessiva, visão embaçada ou feridas que não cicatrizam podem indicar problemas.


Conclusão

A diabetes é uma doença que exige atenção constante, mas pode ser controlada com sucesso por meio de hábitos saudáveis, tratamento adequado e acompanhamento médico regular. No entanto, em casos de agravamento, o tratamento hospitalar para diabetes é fundamental para evitar complicações sérias e até fatais.

Com uma abordagem multidisciplinar, tecnologia hospitalar e cuidados humanizados, é possível estabilizar o paciente e proporcionar qualidade de vida mesmo após uma internação. O mais importante é agir com prevenção, manter o controle glicêmico e buscar ajuda médica sempre que houver qualquer sinal de alerta.